viernes, 18 de enero de 2013

"LA ARGENTINA EN EL REINO DE LA FANTASÍA"

Advierten en Brasil sobre la "realidad paralela" de Cristina

RÍO DE JANEIRO.- En un editorial de fuerte contenido crítico, el diario brasileño O Globo acusó ayer al gobierno de Cristina Fernández de Kirchner de intentar crear una realidad paralela a través de la manipulación de las estadísticas y de los medios de comunicación.

Con el título "La Argentina en el reino de la fantasía" , la nota editorial del periódico carioca tomó como ejemplo central de disyunción el índice de inflación elaborado por el Indec, que según anunció esta semana, para 2012 se ubicó en un 10,8%, muy distante del 25,6% calculado por las consultoras privadas.

"Tenemos, entonces, el índice oficial y el verdadero, denominado éste «IPC del Congreso», ya que los consultores privados comenzaron a divulgarlo a través de diputados de la oposición después de que la Casa Rosada acudió a la Justicia para prohibirles calcular la inflación, algo digno de una república bananera", opinó O Globo, principal diario de Río de Janeiro, que apuntó, además, como un punto crítico la sobreemisión de pesos para hacer frente a la inflación.

Al referirse a los medios de comunicación, el diario resaltó que la vasta red estatal se apoya en medios progubernamentales que dependen de la publicidad oficial y sustentan las fantasías kirchneristas, mientras la prensa libre e independiente es atacada.
La ofensiva contra Clarín

"En el mundo real, el Gobierno emprende una intensa persecución a los medios que actúan de manera profesional e independiente. Así, creó el denominado 7-D para proclamar como gran victoria nacional la aplicación integral de la ley de medios, aprobada para «regular» los medios de comunicación, pero hecha a medida contra el Grupo Clarín, blanco preferencial del kirchnerismo", publicó el diario.

O Globo ilustró la realidad paralela creada por el gobierno argentino con la reciente bienvenida que se le tributó a la Fragata Libertad en Mar del Plata, tras el escándalo que había suscitado su embargo en Ghana, en medio de una gran pompa y un fuerte ambiente nacionalista.

"En verdad, el país pasó una gran vergüenza después de que el navío fue detenido en Ghana por un fondo acreedor de la Argentina", señaló el matutino, que subrayó, además, que a raíz del episodio la presidenta Fernández de Kirchner ahora ya no usa el avión Tango 01 para algunos de sus viajes por temor a que sea embargado. Al respecto, para el viaje que emprendió a Cuba, Emiratos Árabes, Indonesia y Vietnam contrató un avión privado, que le cuesta al Tesoro unos 880.000 dólares

"Tapar el sol con las manos es un rumbo peligroso para cualquier gobierno. Más temprano que tarde, la realidad se impone. La consecuencia son, como mínimo, electores furiosos", advirtió el prestigioso diario carioca.


Argentina no reino da fantasia

  • Casa Rosada vende ao povo imagem distorcida do que acontece no país. Maquiagem faz com que índice oficial de inflação seja menos da metade do real
EDITORIAL
Publicado:
Atualizado:
O governo Cristina Kirchner criou uma realidade paralela para demonstrar que as coisas vão bem, mesmo quando a verdade demonstra o contrário. O melhor exemplo é o índice de inflação, que tem ficado sempre abaixo da alta real dos preços desde 2007, quando o então presidente Néstor Kirchner ordenou a intervenção no Indec (o IBGE argentino). O último dado do Indec foi o Índice de Preços ao Consumidor em 2012: 10,8%. Abaixo da metade da inflação calculada por consultorias privadas — 25,6% —, o que coloca a Argentina à frente até da Venezuela (22%).

 Temos, então, o índice oficial e o verdadeiro, este denominado “IPC do Congresso”, pois os consultores privados passaram a divulgá-lo via deputados de oposição depois que a Casa Rosada entrou na Justiça para proibi-los de calcular a inflação, algo digno de uma República de Bananas.

O governo garante que o país vem conseguindo financiar o setor público. Na realidade, como se tornou um pária do sistema financeiro internacional depois da moratória de 2001, é obrigado a emitir furiosamente. No ano passado, a emissão de pesos cresceu 38% sobre 2011, pressionando a inflação.

Para sustentar a fantasia, o kirchnerismo, cada vez mais parecido com o chavismo, patrocina uma vasta rede de comunicação cuja programação e noticiário vão no sentido desejado pela Casa Rosada (além da grande rede estatal). Isto é conseguido, entre outras formas, pela manipulação das verbas oficiais de publicidade.

 No mundo real, o governo empreende intensa perseguição aos veículos que atuam de maneira profissional e independente. Assim, criou o denominado 7D (7 de dezembro) para proclamar como grande “vitória nacional” a aplicação por inteiro da Lei de Meios, aprovada para “regular” os veículos de comunicação, mas sob medida contra o Grupo Clarín, alvo preferencial do kirchnerismo.

O tiro saiu pela culatra, porque a Justiça argentina conseguiu refrear o ímpeto de Cristina e, mais uma vez, adiou a entrada em vigor de dispositivos leoninos da lei até que seja julgado o mérito do caso. A ameaça contra os meios independentes, portanto, continua.

O governo celebrou a volta da fragata Libertad a Buenos Aires como outra “vitória nacional”. Na verdade, o país passou por um grande vexame depois que o navio foi arrestado, em Gana, por um fundo credor da Argentina. Escaldada, Cristina começou a evitar viagens internacionais no avião oficial Tango1 e passou a alugar jatos executivos para os deslocamentos. Inexplicavelmente, contratou a mesma empresa britânica que presta serviços a Londres nas Malvinas (no caso, Falklands). Descumpre, assim, decreto dela própria que proíbe o governo argentino de ter relações comerciais com firmas estrangeiras (leia-se britânicas) envolvidas, de alguma forma, com as disputadas ilhas.

Tapar o sol com a peneira é um rumo perigoso para qualquer governo. Mais cedo ou mais tarde, a realidade se impõe. A consequência são, no mínimo, eleitores furiosos.



No hay comentarios:

Publicar un comentario